Extrato do relatório 2007:

O primeiro ano de vigência do Protocolo entre a d’Orfeu Associação Cultural e o Município de Águeda, que por sua vez sustenta um Acordo Tripartido com o Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes, viu-se retratado no calendário cultural que a d’Orfeu desenvolveu em 2007, rentabilizando o apoio estatal em franca cooperação de esforços com a autarquia, demonstrando, como não seria dífícil prever, as virtudes de passar a ser ininterrupto o débito de proposta cultural nos vários domínios em que a Associação atua – formação, criação e programação - reforçando, como nunca, a sua implantação no terreno, ainda que garantindo esta renovada missão a custo de desdobramentos sobre-humanos e com uma necessária capacidade criativa também na vertente de gestão.

Aos olhos do Ministério da Cultura, está claro que a autarquia cumpriu essencial papel para a implantação deste actual modelo de Apoio às Artes, que resulta de novo e providencial (no caso de Águeda) quadro legislativo, no âmbito do qual o Protocolo d’Orfeu/CMA está entre os únicos 5 projetos apoiados em todo o país.

Aos olhos do Município, arriscamos dizer que o resultado visível deste Protocolo lhe garante, por si só, uma importante fatia da sua própria política cultural, sem a condicionar mas antes complementando-a de forma decisiva, tendo em conta um desígnio plasmado no Acordo Tripartido: o reforço de uma oferta cultural de referência no, com e para o Município, paralelamente à sua projeção exterior no roteiro cultural do país. Assim já o provou o ano findo dando à aposta os resultados práticos que legitimam a parceria estratégica que a autarquia assumiu, e que apenas a si lhe poderia caber, apesar dos constrangimentos locais.

Aos olhos da d’Orfeu, o Protocolo veio relocalizar a sua ação em Águeda, sucedendo a um cenário de itinerância nacional que ameaçava, nos últimos anos, ser já mais forte que a própria actividade local. Enquanto a comunidade dá mostras de agradecer esta fixação, suportamos a missão a braços com uma multi-estrutura de formação, criação e programação e a impressionante regularidade das actividades, marcadas por formatos consistentes à escala local/regional. Dificilmente, contudo, alguém menos conhecedor de causa, poderá associar esta ação à escassez de meios físicos, técnicos, logísticos e até humanos com que, no terreno, se depara a d’Orfeu no seu desempenho, à espera de ver satisfeito um suporte estrutural ao nível do que produz, para que se continuem a garantir, não só no presente mas doravante, a qualidade e a eficácia de uma oferta cultural com sustentabilidade em todas as frentes.