1.
Julho de 2001
O Presidente da Câmara, presente na conferência de imprensa de apresentação do Festival O Gesto Orelhudo do ano passado (v. attach), entre vários elogios de ocasião, sugeriu à d’Orfeu a utilização do Cine-Teatro São Pedro em espectáculos em que tal se justificasse. A Câmara assumiria o encargo com o seu aluguer, à semelhança do que acontecia com iniciativas de outras colectividades.
Novembro de 2001
A d’Orfeu programa a peça “Cadeiras” no encerramento do Ciclo “Isto É Trigo Limpo”. Dadas as necessidades técnicas e logísticas do espectáculo e, aproveitando a sugestão do Sr. Presidente da Câmara em Julho, a d’Orfeu solicitara à autarquia que assegurasse o encargo com o aluguer do Cine-Teatro São Pedro. Assim aconteceu e o Cine-Teatro mereceu a apoteose deste Ciclo, perante um público já rendido aos bons hábitos culturais.
Fevereiro de 2002
A Cimeira do Fole abre com o concerto de Kepa Junkera, no Cine-Teatro São Pedro. Mais uma vez, perante a oportunidade única de receber em Águeda o concerto, a autarquia assegurara o encargo com o aluguer do espaço. O público que teve bilhete esgotou a sala e com aquele concerto, de uma vez por todas, se instituíu Águeda como referência obrigatória do circuito cultural em Portugal, inclusivé para os aguedenses!
Abril de 2002
A d’Orfeu arranca para a digressão nacional do seu espectáculo “Os Cantautores”, por ocasião da edição do CD do espectáculo, tendo programado o espectáculo de lançamento para a noite especial de 24 de Abril em Águeda, no Cine-Teatro São Pedro. Na continuidade de uma prática que até aqui viabilizou momentos importantes, mais uma vez se solicitou à autarquia que assegurasse o aluguer do espaço...
2.
A autarquia indefere o pedido e sugere o Cefas para essa realização. A d’Orfeu manteve a programação do espectáculo para o Cine-Teatro, assumindo perante a Empresa Cinematográfica São Pedro a despesa de aluguer do espaço: não deixaria de se viver essa noite especial da forma projectada...
3.
Em reunião da d’Orfeu com o Presidente da Câmara, este justifica o indeferimento com um repensar de critérios por parte da autarquia - na sequência de reclamações de outras colectividades -, segundo o qual passaria a ser condição essencial para o aluguer do Cine-Teatro por parte da autarquia, a prática de entradas livres ao público...
4.
Conhecida a nova posição da autarquia sobre este assunto, decidimos aproveitar a excelente oportunidade da data e do que representa para a d’Orfeu o lançamento do CD “Os Cantautores” e assumir uma homenagem ao público que, independentemente do preço do bilhete, tem acarinhado avidamente as propostas da d’Orfeu, apesar da opinião segura que mantemos sobre as virtudes da prática de bilheteira na criação, fidelização e educação cultural dos públicos - e, claro, como forma de viabilizar oportunidades culturais impossíveis de concretizar de outra forma, para uma estrutura pequena como a d’Orfeu. Apresentámos já à Câmara a decisão de praticar entradas livres nessa noite, solicitando o respectivo apoio, uma vez cumprido o “requisito” necessário...
5.
Pasmemos:
Após esta segunda solicitação, em que assumimos as entradas livres, a Câmara Municipal informou que não assegurará, ainda assim, o aluguer do Cine-Teatro São Pedro na noite de 24 de Abril. Não sabemos porquê...
... mas sabemos que a noite vai ser mágica como quisémos, grande como esperámos, quente como sentimos, arrebatadora como a fizémos E LIVRE COMO DISSÉMOS. Afinal a data é de liberdade!
Os Cantautores
Cine-Teatro São Pedro
24 Abril 2002, 21h45
ENTRADA LIVRE